O Mau-Senso

O PSD está-se nas tintas para o conteúdo ideológico de Rebelo de Sousa, tanto quanto o PS em relação a Sócrates. O que interessa é que o rapaz está na televisão, e basta. Isto já não é política, é mercearia. Se o gajo vende bem detergentes também serve para primeiro-ministro.
MRS até é uma figura respeitável (apesar do vendilhão em que se tornou ao ser a trombeta dos livreiros), mas as razões que levam tantos PSD's a gostar dele é que são de remexer as entranhas. O abrir de pernas à visibilidade mediática transforma o PSD num vazio ainda maior que é já um vácuo em expansão acelerada. Se Berlusconi em Itália pagou com o próprio dinheiro a sua ascensão-mediática-à-medida (bem me lembro dos anúncios que lá havia da Forza Italia), o PSD já quer comprar feito. É o pronto-a-vestir da política; desde que sirva, está bem. E o triste é que o professor até terá argumentos interessantes, mas nenhum deles foi lembrado pelos tachistas em campo, esses apenas elevam alto e bom som as características generalistas de honra e "estadismo". Uma espécie de elegia do bom-senso bacoco; sendo o bom-senso o bem melhor distribuido por um pretenso Deus: ninguém se queixa de ter em falta.